sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


Last words for you.


You've been carved like a statue...
Beauty like a monument in memory,
But looking closely it's dirty and full of cracks.

domingo, 20 de dezembro de 2009


Great Expectations...

Dois passos confusos de uma mesma dança
Em direções opostas, porém na mais perfeita harmonia
Mentes munidas de afiadas respostas
Perigosas perguntas
E um bocado de culpa

O laço da dor ainda sim é um laço
E une
Atando firmemente os nossos calcanhares

Desisti de tentar me livrar das minhas lembranças
E já começo a me arrepender das fotografias que rasguei
De ter parado de escrever
De ter perdido tanto tempo nesse silencioso rancor
Abafado pelo grito desesperado do meu orgulho

As lembranças que sobraram tomarão um espaço especial nas paredes do meu quarto
Olharei para elas todos os dias com o orgulho faceiro de quem aprendeu uma valiosa lição
(Contrária àquela que eu tanto temia...)
Possuir um coração que não endureça, um temperamento que nunca pressiona e um toque que nunca magoa.

"Uma noite, fiz a beleza sentar no meu colo, E achei amarga. Injuriei"
Diz Rimbaud.
Injuriei-me também
Mas o que é o amor senão um injúrio, o mais belo deles.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Obrigado por se preocupar...

Um expresso por favor, sem leite, pouco açúcar e dois dedos de conversa franca para seguir em frente.
Um tempo para fazer as escolhas certas, se houverem.
E confiança só para garantir
Está tarde.
E vivemos como os mortos
Sempre a um passo de deixar esta vida para trás
O esquecimento engolir nossas pessoas
Tarde demais
Se você for embora eu sentirei a sua falta
E falta tanta coisa.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008


Eu disse...


Eu disse tudo
Tal qual tanto ensaiei
De uma forma que eu não conseguiria repetir
Ela disse olá
Eu disse adeus.
E a última coisa que eu me lembro é a imagem das suas costas
Se afastando, sumindo
E isso, ficou gravado na minha cabeça
Lúgubre, como um sonho inacabado
Ela foi a poesia que eu nunca escrevi.
Ela disse olá
Eu disse adeus,
Resumidamente.
E as folhas, antes verdes, tornaram-se marrons
Elas voam com o vento
E desmancham nas minhas mãos.

domingo, 10 de agosto de 2008



O muro.


Pequeno, belo e extraordinariamente simples.
A criança que mora dentro de mim se surpreende mais uma vez
Nas mãos, apertando junto ao peito, a fórmula da plena felicidade...
Conseguiu por instantes dosar os seus meios.
E, sem medo, bebeu tudo de uma vez
Acreditando ter se livrado para sempre de todos aqueles males.
Outrora cheio, agora vazio.
Tal qual o frasco que tinha nas mãos.
E os muros, intransponiveis, que antes, altos, o cercavam, frios.
Agora, abaixo da altura dos olhos,
Deixavam que visse, a mais pura beleza que esqueceu.
Daquilo tudo
Que nunca deixou de ser seu.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008


Os dragões não conhecem o paraíso

Tenho um dragão que mora comigo.
Não, isso não é verdade.

Não tenho nenhum dragão.

E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém.
Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu.
Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser.
Eles são solitários, os dragões.
Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida.
Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado.

E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos freqüentes (a aridez, não a ausência), pensei assim:

Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus.
Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.
Isso me pareceu gradiloqüente e sábio como uma idéia que não fosse minha, tão estúpidos costumam ser meus pensamentos.
(...)

(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 30 de julho de 2008


Inexorável.
1. Que não cede.
2. Que não se move à compaixão.
3. Austero, Imparcial.
Hahahahaha, que vontade de gritar.
De chamar alguém de ordinária,

Não, pior, aspirante à ordinária.
Aspirante à ordinária velha e fudida.
Enquanto isso...
Cacau tem sonhos eróticos com a tia morta.
Enquanto isso...
O vento faz bater a porta.

Hahahahaha, que vontade de gritar.
De falar poucas verdades.
De fazer algumas maldades.
Chega dos beijos paliativos
Chega de cor creme
Sorriso amarelo me deprime.

Hahahahaha, que vontade de gritar.
Queira eu aprender a ser breve
Mas tenho pena de quem não se atreve
Queira eu querer estar aqui
Quando resolver deveras me olhar...